Segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2014, oitocentas mil pessoas cometem suicídio ao ano, ou seja, a cada 40 segundos um indivíduo morre por tirar a sua própria vida. E, portanto, faz-se necessário ampliar o olhar na compreensão frente ao suicídio, não simplesmente como o final de um quadro depressivo, no qual a pessoa não teve escolha e se matou, mas como uma difícil realidade de saúde pública.(5)
O suicídio pode ser conceituado de maneira ampla e envolve:
# comportamento suicida,
# ideia de morte (mais propriamente compreendida como o desejo de estar morto),
# ideação suicida (que são os pensamentos sobre a morte, como irá executar essa morte),
# planos suicidas (a maneira de praticar esse ato),
# tentativas de suicídio.(5)
Como fatores de risco importantes para o suicídio, vale destacar:
# a presença de um histórico de tentativa ou suicídio na família (existem evidências consistentes genéticas de mais de 200 genes associados),
# a gravidade da depressão,
# transtorno de personalidade,
# automutilações, impulsividade, agressividade,
# abusos ou dependências de álcool ou substâncias psicoativas,
# doenças físicas crônicas,
# ser mais jovem,
# presença de desesperança,
# fatores ambientais,
# experiências traumáticas na infância.(1, 2, 3, 5)
O suicídio já é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2018; a taxa mundial subiu 22% de 2005 a 2015; a taxa global é de 10,7 suicídios para 100 mil habitantes - destes, 78% em países de média e baixa renda; e já é a décima sétima causa de morte geral no ranking da OMS em 2015.(6)
Em 2020, a estimativa da OMS é de que um milhão e quinhentos e trinta mil pessoas morrerão por suicídio. No Brasil existem 11 mil suicídios ao ano, envolvendo todos os grupos etários, o que equivale a 6,3 suicídios por 100 mil habitantes.
Um dado que também chama muita atenção é que, desses números, apenas metade das mortes por suicídio são em decorrência de quadros depressivos uni ou bipolares. Vemos também que 79% dos indivíduos que irão apresentar tentativa ou cometer o suicídio, apresentaram ansiedade grave ou agitação na semana anterior ao suicídio e de diversas maneiras tentaram e não conseguiram pedir ajuda.(1, 2, 3, 6)
Portanto, a depressão é uma grande preocupação de saúde pública, visto que atingirá um em cada 10 homens e uma em cada 5 mulheres ao longo da vida; 90% desses indivíduos deprimidos apresentarão forte incapacitação no trabalho, nas atividades em casa, nas relações afetivas, de relacionamento ou de convívio social, além do alto índice de estigma do adoecimento, rotulagem e estereótipo, levando a separação, discriminação, desigualdade, desemprego.(4, 8 )
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1) Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] :
DSM-5 / [American Psychiatric
Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento ... et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli ... [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
2) Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas / Stephen M. Stahl; tradução Patricia Lydie Voeux; revisão técnica Irismar Reis de Oliveira. – 4. ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Stahl, Stephen M.
3) ŽDepressão : teoria e clínica / Organizadores, João Quevedo, Antonio Egidio
Nardi, Antônio Geraldo da Silva. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. Quevedo, João,Nardi, Antonio Egidio,Silva, Antônio Geraldo da. Depressão: Teoria e Clínica
(Portuguese Edition)
4) Kessler RC, et al. JAMA. 2003;289:3095-3105.
5) World Health Organization. Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO; 2014.
6) World Health Organization. Mental health [Internet]. Geneva: WHO; c2018 [capturado em 18 jun. 2018]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/en/).

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